O livro Uma Pergunta Mais Bonita, de Warren Berger é excelente.
Recomendo a leitura.
Seu pensamento condensa o que grandes gênios da gestão e da inovação fazem na prática para lançar soluções surpreendentes ou lógicas ao ponto de gerarem a expressão “como não pensaram nisso antes?”.
Ele traz as 3 perguntas-chave feitas pelos fundadores e CEOs de grandes e inovadores negócios, que levam ao caminho de prosperidade empreendedora.
São elas: “Porque”, “E Se…” e “Como”.
Elas são sempre utilizadas, ensina Warrem, nesta ordem, como um roteiro para buscar respostas (e outras perguntas) que levem as empresas a tomarem decisões assertivas, muitas vezes inusitadas e sempre estratégicas.
Perguntar “Porque”, promove a compreensão da motivação, do propósito, a busca da natureza real do negócio, de um produto/serviço ou da sua atividade. É a questão que visa levantar as razões ou falta delas para que algo aconteça ou seja da forma que é. Este questionamento esclarece a realidade que já existe e suas características, as motivações por trás da empreitada e o que é exercido na cabeça do empreendedor.
Questionar “porque fazemos isso?”, ou “porque precisamos disto?”, ou ainda “porque os clientes compram mais este do que aquele produto? “, ou internamente “porque produzimos assim?”, “porque não adotamos este método?”, abre a mente gestora para possibilidades ainda não consideradas. Perguntar “Porque” esclarece o nosso propósito e alinha a visão do grupo no mesmo entendimento e direção.
A segunda pergunta é “E Se…?”
Esta questão remete a um brainstorming. É o momento de sermos criativos, disruptivos, ousados, imaginativos. É a hora de criar sem os limites colocados por hábitos ou vícios de linguagem, posturas ou entendimentos pré-formatados. É o momento de novos pontos de vista aflorarem com soluções antes não imaginadas, que surgem pelo frescor do pensamento inovador exercitado pelo grupo em harmonia.
Questionar “E se..?” é uma fase livre, mas não é o caso de “viajar sem rumo”. Seria desperdício de energia.
Uma ferramenta muito eficaz da liberdade é a disciplina. Manter a mente dentro do negócio, do mercado, da natureza da empresa, vai evitar voltas inúteis que não levam a lugar algum. Se uma fábrica de tênis entender que deve vender aplicativos de esportes, ela segue dentro do negócio, certo? Portanto, há sim espaço para viagens, mas que tenham ao menos um rumo. Perguntar “E se…? “ leva o grupo a entender, com o propósito em mente, quais são suas possibilidades de ação.
Depois de entendermos o Porque, explorarmos as possibilidades e definirmos o que fazer, é hora de procurar “Como” fazer aquilo que deve ser feito.
O Como é o mão-na-massa. Nesta fase os recursos devem vir à tona, buscando entender os meios e as possibilidades de executar e entregar a solução definida. É a hora de testar e errar o mais rápido e com menos custo possível para chegar à solução que vai, de fato, resolver o problema. Quanto antes entendermos que o caminho iniciado não é o correto, menos tempo e recurso é investido na direção errada; basta retomar e encontrar outra forma de executar, outro “Como”. Isso é otimização, faz parte da jornada para encontrar uma melhor solução.
Agora, vamos pensar estas perguntas em torno de ESG.
O caminho para adotarmos ESG nos negócios é o mesmo caminho da inovação, da gestão otimizada, da melhoria contínua.
Portanto a ordem proposta por Warren Berger é muito bem vinda e funcional. Assim como um PDCA pauta o estabelecimento do plano, sua implantação e revisão para otimizações, questionar “Porque”, “E se…” e “Como” trazer ESG para o negócio (ou levar o negócio para o mundo ESG) é um caminho de orientação estratégica que formata dentro da realidade de cada empresa, o que lhe é coerente, importante, funcional e aplicável para impactos positivos no ramo do negócio.
Porque devemos aderir ESG em nossas empresas? Porque ESG é importante? Porque o povo fala tanto em ESG, meu Deus?!?
Sim, as questões podem ser profundas e aparentemente sem respostas. Inclusive, perguntas sem respostas levarão a outras questões que, somadas, alinhadas e se complementando, trarão as respostas certas.
E se nossa pegada ESG for focar no público interno? E se for o caso de criar um novo produto com critérios sustentáveis? E se formarmos uma parceria para este projeto?
Buscar o caminho a ser percorrido é a parte criativa. As inovações se consolidam aqui, com a pergunta certa acerca do que será feito pelo negócio nesta direção. É hora de o grupo ser audacioso e ousado. Decidir um rumo e executar.
Como faremos isso? Como executar este projeto com eficácia? Como engajar o público interno na empreitada? Como entregar este Valor a mais para os clientes sem aumentar custos? Como?!?
É a hora de fazer contas, buscar parcerias, formar grupos de trabalho, colocar a mão na massa da execução daquilo que foi definido. Um projeto, uma cultura ou uma intervenção em torno de ESG na empresa requer empenho, liderança e esforço. Muitas vezes nem requer dinheiro, mas requer recursos e boa vontade.
Conhecer o porque, visualizar as possibilidades e entender a forma de colocar seu plano em prática é o caminho. Essa é a jornada.
Bóra pra frente!
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