O risco financeiro dos negócios é gerido em contextos diversos. Os contextos de Governança, Social e Ambiental não ficam de fora. Na verdade, eles englobam todos os riscos de qualquer empresa, da mesma forma como toda pauta da companhia estará, de uma forma ou de outra, em um destes ou em todos estes contextos ao mesmo tempo, como já vimos ao longo desta argumentação.

Dentro do contexto Governança há riscos de reputação e ética, que a própria governança estruturada e o complience tratam de assegurar. A transparência das relações internas e externas da empresa, a segurança jurídica e administrativa, a contabilidade, as compras e as vendas, cuidam para que o negócio não caia em armadilhas mercadológicas, processuais ou contratuais. Gerir bem estas questões dá robustez e agilidade ao negócio à medida que este estará preparado para situações e variáveis diversas que pode acometer o dia a dia da empresa.

Partir de uma gestão com governança organizada, seja esta estruturada ou não, mas que tenha um olhar atencioso e cuidador para todas as relações do negócio, com uma organização do gestor que contemple todas estas variáveis, é como partir para um voo com o avião absolutamente revisado, com o destino já programado e deixando o mínimo possível de acontecimentos nas mãos do acaso. É fazer tudo o que deve ser feito para que nenhuma fatalidade pegue o negócio de surpresa.

No contexto ambiental ficam até mais óbvios os riscos. São multas ambientais, embargos, processos e bloqueios operacionais que órgãos fiscalizadores municipais, estaduais ou federais podem impor sobre a empresa, com custos muitas vezes bem altos e inconvenientes estressantes e causam perdas diretas na operação e, consequentemente, nas vendas do negócio.

Além destes entraves e desperdícios de dinheiro que o desalinhamento ambiental pode causar, tem a reputação que recai sobre os clientes. O aspecto ambiental é o mais visível dentre os 3 contextos. Plantar árvore e recuperar uma nascente dá um ar heroico às empresas; um flagrante de poluição de água ou uma multa por destinação incorreta de resíduos a torna uma grande vilã na mídia.

Partindo para o social, o risco é bem específico também. Processos de funcionários que saíram insatisfeitos, processos de clientes insatisfeitos ou declarações destes em redes sociais, que é bastante comum de acontecer, geram gastos extras diretos com valores claros fixados nestes processos e desgastes de marca cujos valores intangíveis são incalculáveis, mas pesam até mais do que o desfalque de caixa que os valores tangíveis representam. São perdas importantes que podem ser evitadas com uma gestão atenciosa e comprometida com estas pessoas. Isso é gerido nos cuidados trazidos por uma gestão em torno de ESG.

Os riscos financeiros previstos e os imprevistos serão evitados à medida que a empresa cuida disso tudo. Se preocupar com os contextos ambientais, sociais e de governança traz maturidade, robustez e segurança para a gestão do negócio. Deixa a empresa prepara para enfrentar crises e evita atritos desnecessários e custosos em quaisquer destas temáticas.

ESG não é ativismo, modismo ou pauta governamental. Ainda que o termo seja atualizado e revisto, continuará sendo o agrupamento de todos os contextos que devem ser cuidados em um negócio, para que este não perca dinheiro, marketshare e credibilidade, frente a todo e qualquer público com o qual tem contato.