Se as empresas são a vanguarda, o governo é a retaguarda. Ambas vitais em qualquer batalha. Não se faz um enfrentamento só com força de intervenção, olhando só para frente, sem uma segurança guardando suas costas.

Na vanguarda vão as empresas, com seu poder “bélico-mercadológico”, com sua capacidade produtiva e criativa, como as melhores pessoas tanto técnica quanto estrategicamente. O poder de abrir caminho e mostrar a direção, a força de atrair talentos e promove-los, fazendo com que suas maiores habilidades se transformem em produtos melhores, mais baratos e úteis, é das empresas. E elas precisam de segurança, de cobertura para agir.

Na retaguarda é preciso solidez, robustez, força de defesa, garantias e regras predeterminadas que subsidiam decisões burocraticamente. O Governo tem este papel com a soma de suas esferas e jurisprudência. Do município ao país, do legislativo ao judiciário. A base sobre a qual a macro economia roda e as regras com as quais e micro economia funciona. Sem o suporte governamental avalizando e fomentando as empresas, oferecendo bases legais e o cumprimento destas leis que entregam segurança institucional, estas não teriam a disposição e a capacidade de criar o dinheiro. Sim, são as empresas que o criam, mas elas precisam de um ambiente seguro e palpável para poderem trabalhar.

A condição minimamente previsível do ambiente econômico é fundamental para que o enfrentamento lá na frente, a produção e atividade comercial siga fluindo dentro de uma situação que permita as negociações entre as partes. As regras internacionais e nacionais, a inflação, a taxa de juros, toda a infraestrutura econômica, precisam estar estabelecidas para que os negócios possam ser efetivados. Sem isso teríamos uma anarquia. Se tivermos um controle grande demais, teremos um comunismo. O Governo deve regular, ditar o tom e não ficar na frente. Quem vai na frente são as empresas. Assim flui o capitalismo e ele será saudável quando cada um fizer a sua parte, sem deixar de cumprir o seu papel. E cumprindo apenas, cada qual o seu papel.

Isso não poderia ser invertido, já que a vocação destas personas (Governo e empresas) são definidas por suas naturezas. Não dá pra inverter “pra ver se funciona”. Seria como inverter a função da geladeira para o fogão. Cada uma existe para uma coisa e é pra isso que serve. Não serve para o contrário.

Este suporte na retaguarda, essas garantias estruturais, burocráticas e institucionais são vitais para a economia. São fundamentais para o funcionamento das empresas, para a segurança do consumidor e para a disposição dos investidores. E essa base só pode ser dada pelo Governo.

Nada se faz sozinho e todos podem colaborar muito quando focam em suas funções e atribuições naturais. Desenvolver as habilidades natas é o mais assertivo que se pode fazer para contribuir com o desenvolvimento sustentável da economia.

Este é o cenário funcional: as empresas na frente, na vanguarda, abrindo caminho e enfrentando os desafios da criação de riquezas diversas. O Governo atrás, na retaguarda, cuidando, protegendo, igualando as regras e dando suporte para os atores lá na frente, que exploram e desenvolvem o mercado.